terça-feira, 18 de abril de 2017

Como o cristão deve se posicionar sobre tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes?


Por Carlos Eduardo Soares da Silva
Apesar de haver muitas opiniões sobre o assunto, consideradas cristãs, nossa intenção não é apenas opinar, mas expor o ensino da Bíblia Sagrada sobre o assunto, destacando o que está por trás do comportamento de cristãos que optam e apóiam o uso de tatuagem, piercing, alargadores, e adornos afins.
Nosso objetivo não é constranger, mas sim exortar em amor (Tt 2.15), com base na autoridade da Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17), visando a edificação do corpo de cristo (1Ts 5.11).
Sobre o verdadeiro cristão
Todo cristão deveria ter bem claro e bem definido em suma consciência, o ensino básico das Escrituras descrito em Rm 6.11: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus”. Este princípio quer ensinar que alguém que entregou sua vida a Cristo Jesus, não possui mais o domínio sobre si mesmo. Veja a afirmação “...vivos para Deus”. Uma vez morto para o pecado e vivo para Deus, o cristão deve sujeitar-se a Deus e aos valores desse único Deus.
O cristão nascido de novo é alguém que encontra satisfação plena, apenas e tão somente na pessoa do seu Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Precisamos tocar neste ponto mais abrangente, antes de enfrentar a questão específica.
Precisa ficar claro que, para o cristão convertido, Cristo é a única causa (ou motivo) do contentamento, e o único padrão de comportamento a ser imitado, pois do contrário, o cristão cairá no engano de acreditar que pode encontrar bons parâmetros de conduta fora de Cristo, isto é, fora dos padrões apresentados pelo Senhor Jesus, o que é condenado pela Bíblia (Mt 1315), pois, para o cristão convertido, nenhuma outra coisa, pessoa ou padrão, pode ser melhor do que Ele.
É preciso lembrar a doutrina bíblica da conversão. É que o batismo (i) é o símbolo da morte do velho homem e das paixões próprias da carne (Rm 6.3,6,10,13-14), e (ii) e do renascimento de um novo homem, isto é, um cristão moldado conforme o caráter de Cristo para a prática de boas obras (Rm 6.8,10, Jo 3.3, Mt 5.16,48, Ef 2.10, 4.17-24, 2Tm 3.17), e que, em seguida, Deus por sua graça, infunde seu Espírito Santo nesse novo coração arrependido e convertido (Rm 5.5), visando a perseverança na santificação que é indispensável ao cristão que vive neste mundo (1Co 1.2, Hb 14.14).
Esse estado de conversão, aliado ao mover sobrenatural do Espírito Santo que convence do pecado (Jo 16.8), precisa ser capaz de elevar o padrão de consciência e comportamento do cristão em absolutamente tudo, fazendo com que, dia após dia, o cristão não tenha outro objetivo, senão, ser uma imitação adequada do testemunho de Cristo (Mt 5.13, Ef 4.1, 17, 5.8, Cl 2.6, 3Jo 4). Isso quer dizer que, depois da conversão e da imersão no Espírito Santo, frise-se, todos os aspectos da vida de um cristão (valores éticos e morais, emoções, decisões-escolhas-opções-orientações, carreira, namoro visando casamento, casamento, sexualidade, amizade, lazer, família e criação de filhos, porte e conduta, costumes, hábitos, alimentação, opinião, etc.), precisam ser moldados e ajustados ao único padrão corretamente aceitável, que é o padrão de Cristo, pois Nele fomos gerados (1Pe 1.3) e reconciliados (Rm 5.10), até que o padrão caído de Adão desapareça para surgir o Cristo na vida desse cristão.
Imagine se os cristãos maximizassem este princípio e o aplicassem em todas as esferas de sua vida. Imagine a qualidade de vida cristã a igreja desfrutaria!
Em Rm 8.5-13, Paulo vai mostrar que na nova vida com Cristo, é a vontade do Espírito que precisa predominar, e não a do homem (seja ele cristão ou não), pois se não for assim, então isso significa que não é o Espírito Santo (que é o Espírito de Cristo) que habita nesse cristão (Rm 8.7), mas sim o espírito da carne. A carne aspira coisas da carne (Gl 5.17,24) e em nada aproveita (Rm 8.7,8). Cristãos que vão pelo caminho carne (falo de modo abrangente) e não pelo caminho Espírito, não se contentam com a simplicidade poderosa e suficiente do exemplo de Cristo, que viveu nesse mundo de modo humilde, obediente e diferente (Fp .5-8); eles não se lembram do conselho de Paulo ao jovem Timóteo “Tendo o sustento e com o que nos vestir, estejamos contentes” (1Tm 6.8), então, passam a desejar de novo as tendências mundanas (de todo gênero e espécie) para escravizar de novo seus corpos que foram livres do pecado por Jesus Cristo (Rm 8.15). é por isso que ainda há em nosso meio cristãos com dificuldade de abandonar a bebida, a pornografia, e as tendências mundanas, nas quais incluímos tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes.
A esta altura, o(a) leitor(a) já percebeu que os efeitos de uma conversão verdadeira vão muito além dos hábitos de freqüentar uma igreja, contribuir com dízimos e ofertas, cantar, dançar, etc. Abandonar o pecado significa abandonar o sistema do mundo, pois o cristão sabe que tudo o que há no mundo não procede do Pai (1Jo 2.16), está mergulhado nas trevas do maligno (1Jo 5.17) e que só pode prevalecer aquele(a) que pratica a vontade de Deus (1Jo 2.17).
Ser convertido(a) a Jesus Cristo, portanto, é estar inconformado com os padrões de conduta pessoais e com os do mundo, e submeter-se por completo ao senhorio de Cristo, a tal ponto de anular inteiramente o nosso querer (vontade), seja ele de que espécie for (Gl 2.20), para que apenas Cristo apareça em toda nossa maneira de viver (Tt 2.12). Veja algumas passagens que determinam a morte de nossa vontade de toda espécie, para que Cristo resplandeça: Jo 3.30 “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”, Mc 1.18 “Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram”, Lc 5.28 “Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu”, “Jo 8.12 “...quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”, Jo 12.25 “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna”, e a regra de ouro de Mt 16.24,25 “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após a mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á”).
Por tudo o que já foi exposto, é possível concluir que o cristão verdadeiro não gasta seu tempo procurando fazer as coisas que o mundo faz, porque sua única preocupação é a glória de Deus em toda sua forma de viver (“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”, 1Co 10.31). Esse princípio é a chave para todas as questões da vida cristã, pois ele faz com que o cristão não viva para si mesmo, mas somente para a Glória de Deus.
Para sermos mais claros ainda, na dúvida, questione a si mesmo da seguinte maneira: 1º o que você está pensando em fazer permite que o mundo veja a glória de Deus? 2º ou vai satisfazer apenas sua própria vontade? 3º Cristo será exaltado naquilo que pretendes fazer? As respostas vão indicar se você é um cristão convertido que pensa nas coisas que são de cima (Cl 3.2).
Sobre tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes
Embora a Bíblia não trate dessas coisas pelo nome como as conhecemos, as Escrituras tem autoridade para ensinar o cristão sobre a maneira de proceder nesses assuntos.
Nós, cristãos, não podemos ser ingênuos acerca do modo como o mundo, a carne e o diabo procuram torna-nos desacreditados, nos perseguem (2Pe 5.8), no intuito de enfraquecer nosso testemunho cristão e mundanizar nossos costumes, fazendo com que o não cristão fique confuso acerca da imagem da igreja.
Atualmente, temos assistido uma flexibilização dos valores sagrados da vida cristã[1], como nunca aconteceu. É impressionante o fato de que cada vez mais cristãos estão adotando os procedimento do mundo, ao invés de adotarem os parâmetros de Cristo, e isso é resultado desta flexibilização.
Hoje em dia é comum encontrar cristãos divididos (ou sem posicionamento bíblico claro) acerca de assuntos já esclarecidos pela Escritura. Um bom exemplo disso é o divórcio, que, embora na concepção divina sempre será errado (Ex 20.14, Ml 2.14-16, Mt 5.27-28,31-32, 19.6-9, Jo 4.16-18, 1Tm 3.2, Tt 1.6), os casais evangélicos já apresentam índices de divórcio tão elevados quanto índices dos casais não evangélicos[2].
Outro bom exemplo disso, é a discussão sobre metodologia missionária. Embora a Bíblia ensine que o método da evangelização seja o ensino das Escrituras para arrependimento e confissão de pecados (Mt 5.1, 28.19-20, Mc 1.5-6, Rm 10.14.17), para muitos cristãos, a forma (entenda-se como maneira, método, meio) como o evangelho é pregado nem sempre é considerada como a coisa importante, pois, a descontextualização teológica de 1Co 9.22 (“Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns”) tem produzido a proliferação de métodos e estratégia humanas, totalmente desprovidos no poder do Espírito Santo, o que acarreta falsas conversões, e a formação de cristãos imaturos na fé cristã. Além disso, esses métodos carnais (Jo 5.42-43) têm produzido muitos malefícios à evangelização no Brasil, pois o pragmatismo simplista aliado à compreensão incorreta desta passagem bíblica (1Co 9.22), por exemplo, tem levado cristãos a participarem de baladas, festas e shows profanos, e coisas semelhantes, sob o pretexto de “evangelizar as pessoas desses lugares”, o que é inaceitável pelos princípios do Evangelho de nosso Senhor.
O modo como alguns cristãos tratam a questão do uso de tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins tem lidado, é outro exemplo de como a flexibilização dos valores da vida cristã tem conquistado cada vez mais adeptos. Geralmente, sobre esse assunto, esses grupos de cristãos não apresentam um posicionamento respaldado nas Sagradas Escrituras, e na maioria das vezes (para não dizer todas), seus posicionamentos favorecem a vontade humana caída, e não a soberania de Deus, prova clara de que pretendem substituir o ensino do Senhor e dos apóstolos pelo ensino de homens.
Quase sempre, o principal argumento que surge, é que Deus não liga para o exterior e sim para o interior, ou seja, Deus quer o coração, apenas. Este argumento não tem respaldo bíblico e beira a heresia, pelas seguintes razões:
a) Deus nunca quis apenas o coração do homem, mas a vida integral do homem
No jardim do Éden, Deus fazia parte de todos os aspectos da vida do casal primevo (Gn 1.28-30, 2.15, 3.8-24), e não apenas o coração, tanto é, que Deus fazia questão da obediência total e irrestrita ao mandamento de não comer do fruto proibido (Gn 2.16). Se Deus quisesse que o homem se contentasse em sentir sua gloriosa Presença, Ele não teria punido o casal desobediente (Gn 3.22-24).
Quando Deus chamou Abraão, Ele exigiu que Abraão agisse com a razão e não com o coração (Gn 12.1-7), e assim sucessivamente com Moisés, Josué, Samuel, Saul, Davi, Salomão, Josias, Isaias, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Jonas e tantos outros homens e mulheres de Deus do AT.
Além disso, o novo testamento ensina claramente que Jesus e os apóstolos nunca ensinaram a conquista do coração do homem, mas sim o arrependimento dos pecados e a conversão integral do homem, visando a transformação integral da vida do ser humano isto é, da consciência, do físico e do espírito (Mt 3.8, 4.17, Jo 3.17-19, Mc 1.15, Lc 13.3, At 2.38, 3.19, 8.22, 17.30, 26.20, Rm 12.1-2).
b) Deus sabe que o coração do homem é inconfiável
Jr 17.9 não deixa dúvida de que o coração humano é um poço de enganos, pois está corrompido pelo pecado, e não é capaz de harmonizar-se com a certeza inabalável do Senhor nosso Deus (Mt 6.21, 13.15, 15.19, At 1.24, 7.51).
c) Em Cristo Jesus, Deus salvou o homem de forma integral e não só o coração
Em 1Co 6.20, Paulo revela que os salvos em Jesus tiveram o seu CORPO resgatados pelo preço pago na cruz do Calvário. Cristo remiu todo o ser do homem (consciência, espírito e corpo), para depois, pelo Espírito Santo, habitar o corpo regenerado (1Co 6.15).
d) Toda forma de pensar deve passar pelo crivo do mestre Jesus Cristo
Paulo ensina que na luta pela pregação do evangelho, Deus concede poder pela Palavra, para que todo tipo de conhecimento, opinião e ensino, que se levanta contra o ensino de Cristo, seja anulado e destruído (2Co 10.4-5). Isso quer dizer, que toda vez que uma opinião ou ensino sobre determinado assunto, destoa dos parâmetros estabelecidos pelas Escrituras, Deus usará seu poder para destruir tanto o conhecimento como o seu portador, pois não podem prevalecer sobre o conhecimento de Deus.
Como pôde ser notado, as Escrituras ensinam o interesse de Deus pela consciência, pelo físico e pelo espírito do homem, e não apenas pelo coração, de modo que, uma vez salvos, toda a nossa maneira de viver (interna e externa), deve glorificar a Deus, para que o incrédulo ao observar o cristão, não tenha nada do que o acusar (1Co 10.31, Tt 2.7-8).
O cristão precisa ter claro em sua mente, que sua opinião sempre destoará da opinião da sociedade na maioria dos assuntos, e que tudo o que a sociedade deseja, é fazer com que o cristão torne-se infiel a Deus e concorde com ela (Sl 1.1-2, 2.1-2). Os costumes da sociedade não têm relação com as práticas cristãs, pois o cristão, por causa do Espírito Santo e da Bíblia Sagrada possui luz própria, conferida pelo próprio Deus (Mt 5.14), na intenção de que o cristão seja cada vez mais perfeito como é perfeito Deus nosso Pai (Mt 5.48, 2Tm 3.17).
O problema é que os cristãos têm renegado a luz do evangelho para abraçarem a luz turva do mundo, quando são pressionados a tomar alguma posição diante de algum assunto (tatuagem, homossexualismo, preconceito, política, divórcio, células tronco, etc). Toda vez que um cristão considera os fundamentos dos ensinos da Bíblia insuficientes sobre qualquer assunto, e usa o famoso jargão que diz “hoje não é mais assim”, ele abre mão da luz do evangelho. Esse princípio é importante, pois é o que estamos vendo em muitos casos, inclusive sobre tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins.
O cristão que procura usar tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes comete pecado sim, porquê:
1)      todos esses adornos citados acima, incluídos também as tendências de modas e costumes afins, são contrários ao padrão da nova vida em Cristo, descritos na Bíblica Sagrada (Rm 6.4, 7.6). Essas coisas são próprias do mundo e não procedem do Pai (1Jo 2.16), e ofendem o templo do Espírito, que é o nosso corpo regenerado em Cristo (1Co 3.16,17). A Bíblia não mostra os discípulos, nem dos apóstolos praticando os exemplos e as mesmas coisas do mundo da época deles; ao contrário, o conselho é para que sejam DIFERENTES DELES: “e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus” (Ef 4.24), e “Sede imitadores de Deus como filhos amados” (Ef 5.1), 1Tm 4.12,16 “...torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza... Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua desse deveres; porque fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”, 1Tm 6.11 “Tu, porém, óh homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” Fp 2.15,16 “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão”.
2)       atenta contra integridade do corpo físico regenerado em Cristo. Jesus Cristo comprou nosso corpo com sua morte na cruz, para que Deus fosse glorificado em nosso corpo. Quem incrementa ou adiciona tais elementos mundanos ao corpo físico, retira a glória de Deus do corpo e peca contra o sacrifício de Cristo (1Co 6.20).
3)      A procura por tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes, indica que esse tipo cristão não está satisfeito com o padrão de comportamento e conduta estabelecido por Cristo (Mt 10.24,25, 2Tm 3.4-5), pois prefere a marca externa dessas coisas (carnais e passageiras), invés das marcas genuínas do verdadeiro evangelho (corpo preservado para Glória de Deus, oração, piedade, humildade, caridade, submissão irrestrita a Cristo, prática constantes das verdades bíblicas, etc.). Além disso, pode ser um sintoma de carnalidade, de modo que uma pessoa assim deve ser exortada e devidamente tratada.
4)      A prática desses costumes não faz parte do conjunto de boas obras mencionadas pela Bíblia Sagrada (Mt 5.16, Rm 6.13,22, 8.10, 12.1,2, Ef 2.10, 1Ts 4.4, 1Pe 2.5,11-12,16, 2Pe 5.5,8-9, 1Jo 5.1).
5)      Deus sempre quis que seu povo fosse diferente do povo secular. Deus elegeu um povo sobre a face da terra para chamar de seu (Ex 6.7, Dt 7.6, 14.2, 33.29, 2Sm 7.24-25, Sl 100.3, 144.15, Is 51.16, Jr 31.1,33, 32.40, Zc 8.8, Lc 1.17, Rm 9.25, 11.1, Tt 2.14, Hb 8.10, 1Pe 2.9-10, Jd 5, Ap 18.4, 21.3), e para que fosse fiel aos seus princípios e valores (Jo 13.15, Rm 12.1-2, Ef 5.1). Do início ao fim da Bíblia vemos Deus tratando com este povo escolhido com amor, misericórdia e bondade, mas sem abrir mãos de suas verdades mais soberanas, dentre elas, a santidade (2Co 7.1, 1Pe 1.15-16)! Deus escolheu um povo na face da terra para ser santo como Ele é Santo, isto é, santo à maneira de Deus e nunca da forma humana, um povo separado do contexto geral do mundo para atender propósitos espirituais bem específicos. A Bíblia ensina isso claramente, e é mais enfática no exemplo de Jesus e dos apóstolos, que enfatizaram como ninguém a necessidade de “fugir” dos parâmetros mundanos (1Co 6.18, 10.14, 1Tm 6.11, 2Tm 2.22), para sermos acomodados dentro dos princípios bíblicos que regem a vida do povo de Deus. É possível que haja em nosso meio cristãos que não concordem com esse ensino, o que é uma pena, pois a Bíblia ensina que os que pertencem a Deus ouvem Sua voz e nela se alegram (Jo 8.47); os que não são, não são porque não querem ouvir e nem praticar o ensino da voz do Senhor (Lc 10.16, 16.31, Jo 10.27, 12.47, 18.37), inclusive no que tange ao assunto em questão.
6)       A procura por tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes, contribui para o pecado da vaidade e da idolatria do corpo, acarretando exposição indevida do corpo. É preciso dizer que nossa sociedade pós-moderna alterou o significado de tais práticas. No passado, tais práticas (a tatuagem em especial) eram associadas a rituais pagãos, a soldados mercenários, prisioneiros degenerados e práticas de ocultismo, e a rejeição das mesmas era notória. Quem as possuía em seu corpo não merecia crédito e sua exposição era condenada pela sociedade. Entretanto, os valores seculares da atualidade relativizaram o verdadeiro significado de tais práticas (como é próprio do mundo caído), tornando-as quase “inofensivas” por meio de seu uso meramente estético. Do ponto de vista do modismo secular-mundano, é fato que a tatuagem, por exemplo, assumiu traços de um valor mais estético/artístico, o que atenuou inclusive a rejeição da mesma nesse meio (mas não no reino de Deus). Hoje em dia, a sociedade que venera o corpo físico (masculino e feminino), serve-se da tatuagem como elemento embelezador do corpo, e instiga o homem comum a praticar tal “procedimento estético” em busca de mais beleza. Mas quem o faz, desfigura a beleza natural, forjada na imagem e na semelhança do Deus Criador, fornecida gratuitamente a todo ser humano (Gn 1.26). Ocorre que a veneração do corpo e a exaltação desmedida da forma física, que é vaidade, é condenada por Deus em sua palavra (Dt 32.21, 2Rs 17.15, Sl 4.2, 24.4, 31.6, 94.11, 119.37, Pv 21.24, Hb 2.3, Rm 8.20, 1Co 7.31, Fp 2.3, 1Pe 3.3-4), pois, induz o culto ao corpo. Além disso, o conceito estético dado à tatuagem nos dias de hoje, induz o pecado da idolatria, pois o indivíduo tatuado que se expõe fisicamente, assim o faz para tornar-se o centro das atenções e de admiração. Tanto a veneração do corpo como a idolatria, nesse caso, resultam numa espécie de narcisismo, que é completamente reprovado pelos princípios e valores da palavra de Deus.
7)      É um ato claro de rebeldia consciente contra os princípios das Escrituras que proíbem a prática de tal pecado. Apesar dos inúmeros fundamentos bíblicos apresentados, do exemplo de vida cristão deixado pelo Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos, muitos cristãos ainda ousam contestar tais ensinamentos, e seguindo as paixões da carne (Tt 3.3), praticam tais coisas, sem nenhum remorso. Infelizmente, tais pessoas correm o risco de estarem rebelando-se contra Deus, o Justo Juiz, e atraindo condenação para suas vidas (Ap 21.8), pois estão insurgindo-se contra a Palavra da verdade (Jo 7.16-17, 8.31, 10.27, 14.15,21, 15.10). É preciso orientar novamente com amor e graça, as pessoas que assim estejam procedendo, baseado no princípio de 2Co 13.5: “Examinai a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”.
8)      A IAP possui vasto material doutrinário, baseado nas Escrituras, e orienta seus membros a reprovar as práticas mundanas. A IAP (Igreja Adventista da Promessa) entende à luz das escrituras, que qualquer prática classificada pela Bíblica Sagrada como mundana, deve ser, preventivamente evitada, e combatida biblicamente nos casos desacautelados. Para isso, cito alguns insumos doutrinários que fornecem subsídio para a tese aqui formulada:
8.1 Lição Bíblica, série “Cristãos de verdade- evidências que mostram se você é (ou não) um salvo em Cristo, à luz das cartas de João” – estudos 1 a 12 “Não ame o mundo”[3].
8.2 Estudos para pequenos grupos. “Abra os olhos! Marcas da sociedade contemporânea que desafiam os cidadãos do reino” – Lição 1 e 16[4].
8.3 Estudos para pequenos grupos. “Conta mais uma! Os desafios das parábolas do Reino para cristãos da atualidade” – Lição 2, 3, 6, e 15[5].
8.4 3 Estudos para pequenos grupos. “O rei ordena: mandamentos do Rei para os cidadãos do reino” – Lição 1, 3, 13, 14 e 16.[6]
8.5 O doutrinal: nossa crença ponto a ponto[7].
Por tudo isso, concluo que a procura por tatuagem, piercing’s, alargadores, adornos afins e comportamentos semelhantes, configura pecado, porque são práticas contrárias aos ensinos da Palavra de Deus, punível com a disciplina[8] de perda dos direitos de membro, nos termos dos estatutos e regimentos da IAP..
Pr. Carlos Eduardo Soares da Silva
Pastor na IAP Telêmaco Borba - PR
Advogado e Mestrando em Teologia (Faculdade Batista do Sul)




[1] Este autor compreende por flexibilização dos valores sagrados da vida cristã, toda iniciativa (institucional ou pessoal), conduta ou costume, absorvido pelo indivíduo cristão, que visa substituir os princípios bíblicos da vida cristã, estabelecidos pela Bíblia Sagrada, por conceitos e valores seculares, sob o pretexto de tornar a igreja mais aceitável e próxima da sociedade.
[2] Vide pesquisa’: https://www.barna.com/research/new-marriage-and-divorce-statistics-released/.
[3] Revista para estudos nas escolas bíblicas da IAP. 2º trimestre, 2015, n.311.
[4] Revista para estudos da FUMAP. 2014, pp. 9-11, 51-53.
[5] Revista para estudos da FUMAP. 2014, pp. 8-13, 20-22 e 47-49.
[6] Revista para estudos da FUMAP. 2012, pp. 5-6, 9-10, 29-30, 31-32 e 35-36.
[7] O doutrinal, 10ed. São Paulo: GEVC, 2012.
[8] FREITAS, Eleilton William de Souza. Disciplina eclesiástica: as instruções bíblicas para a aplicação da disciplina na igreja. 1ed. São Paulo: GEVC, 2014.

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